O candidato pelo Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, iniciou a semana na União das Freguesias de Nogueira, Meixedo e Vilar de Murteda, com o objetivo de recolher contributos para a proposta de candidatura que apresentará aos vianenses nas próximas eleições autárquicas.
Num contexto marcado pela instabilidade política gerada no contexto nacional, com quatro governos em quatro anos, e pela redução nas transferências diretas do Estado, Luís Nobre, à frente da autarquia desde 2021, destacou a capacidade do Município em antecipar e aproveitar oportunidades, tornando Viana do Castelo o concelho do Alto Minho com maior investimento do PRR. “Nunca o município de Viana teve acesso a um volume tão expressivo de financiamento sem comprometer o bolso dos vianenses”, sublinhou.
A construção da quarta ponte sobre o rio Lima, financiada em 100% e servindo precisamente esta zona do concelho, foi apontada como um projeto estruturante para o desenvolvimento local, pelo potencial de fixação de novas empresas e, consequentemente, de novos residentes. “Viana do Castelo continua a ser procurada por investidores. Fomos o concelho a Norte que mais cresceu nas exportações em 2024, ultrapassando o Porto nos dez mais exportadores da região. No Alto Minho, representamos mais de 45% das exportações geradas nesta área”, destacou. Esta dinâmica económica é reforçada pela presença no território de mais de 30 multinacionais e uma aposta estratégica nas economias verde e azul, que posicionam o concelho na vanguarda da inovação sustentável, crescendo ainda na capacidade de atração de jovens e talento qualificado. “Só por desconhecimento destes indicadores, é possível dizer que o concelho estagnou”, afirmou.
O candidato socialista reforçou também que o trabalho desenvolvido em articulação com as Juntas de Freguesia tem permitido criar condições estruturais e de partilha de equipamentos e serviços fora do perímetro urbano. “Temos dois terços da nossa população a viver fora da cidade. Nos últimos quatro anos, não só conseguimos manter esta dinâmica, como aumentámos o investimento em todas as freguesias, independentemente da sua maior ou menor densidade demográfica”, afirmou, reconhecendo que “é preciso continuar a densificar este trabalho porque há novos desafios”. Mencionou especialmente os domínios da habitação e da mobilidade, como alavancas para a qualidade de vida e fixação de população, nas freguesias mais remotas.
Neste campo, Luís Nobre, que se recandidata a um segundo mandato, anunciou a intenção de expandir o Programa de Habitação Acessível, destinado à classe média, através da identificação e aquisição de novos terrenos, e reforçar o apoio a projetos cooperativos, à semelhança dos que já estão a ser implementados noutras freguesias. Já na mobilidade, não descartou a possibilidade de estender a nova rede de transportes em implementação na área urbana à realidade das freguesias mais afastadas, reforçando a aposta num modelo com gestão direta do município. Este alargamento envolverá uma ação ajustada às dinâmicas locais e “avançará caso o sistema de transporte intermunicipal delegado na CIM Alto Minho não sirva estas populações com qualidade e eficiência”.
No encontro com o movimento associativo de Nogueira, Meixedo e Vilar de Murteda, foi também abordada a refuncionalização de equipamentos para fins comunitários, no âmbito de uma reflexão mais alargada sobre respostas intergeracionais. Como exemplos, Luís Nobre apontou projetos em curso noutras freguesias, como a Montaria, onde vai nascer um Centro de Dia, e Deocriste, onde a antiga escola primária está a ser transformada numa creche.
A terminar o encontro, e interpelado sobre os desafios da transição digital, o candidato e atual Presidente da Câmara reconheceu as dificuldades acrescidas das freguesias de montanha, especialmente na cobertura de fibra ótica, reforçando que o município tem desenvolvido diligências junto dos operadores para resolver esta desigualdade. “A conectividade, em todas as suas dimensões, é um objetivo da nossa candidatura”, referiu, defendendo que a transição digital não pode deixar ninguém para trás.
“A conectividade do território, que envolve a mobilidade e a acessibilidade mas não só, exige uma estratégia flexível, ajustada às diferentes dinâmicas do concelho, com alternativas eficazes que sirvam todos os Vianenses por igual”, concluiu o candidato.









